Espaço dos pequeninos

Espaço da Criança









SOCORRO! CRIANÇA AGITADA!

O que fazer com uma criança, quando recebemos reclamações de todas as pessoas que convivem com ela?

Porque ela é tão diferente das outras, não para quieta, arruma encrenca com todo mundo, não presta a atenção em nada?

Estas são as perguntas mais freqüentes dos pais e dos professores especialmente. Hoje como adultos saudáveis talvez não nos lembremos mais das diversas travessuras da infância, que talvez hoje fosse diagnosticados como TDAH. (TDAH = Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade), (TDAH) é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e freqüentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. Ele é chamado às vezes de DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção). Em inglês, também é chamado de ADD, ADHD ou de AD/HD.

É o transtorno mais comum em crianças e adolescentes encaminhados para serviços especializados. Ele ocorre em 3 a 5% das crianças, em várias regiões diferentes do mundo em que já foi pesquisado. Em mais da metade dos casos o transtorno acompanha o indivíduo na vida adulta, embora os sintomas de inquietude sejam mais brandos.

Hoje em dia, começamos a conhecer os nomes destas síndromes, e cada vez mais cedo os pais são orientados a levar as suas crianças a profissionais que na minha época de infância, eram completamente desconhecidos, mas hoje é de fundamental importância para um bom desenvolvimento da criança.

Como é difícil lidar com o mau comportamento, conviver com “crianças inquietas” não é nada fácil e chega a ser desgastante.

O que fazer? É preciso muito autocontrole e paciência, mas nem por isso essas crianças devem ser vistas como portadoras de um distúrbio ou transtorno qualquer. Esta criança deve em geral ser levada a um Psicopedagogo para analisar um conjunto de sintomas e o grau de prejuízo de cada um deles, a partir deste profissional normalmente serão indicados os profissionais de deverão serem buscados.
Um comportamento inadequado pode surgir pela necessidade da criança de chamar atenção para si mesma, quando algo no ambiente em que vive a está atingindo. É muito importante não esquecer também que uma conduta infantil “alterada” pode ser um sintoma familiar, onde pode estar se sentindo insegura, captando algo neste ambiente que a está afetando.

Ex.: casais com problema de relacionamento, pais separados, problemas financeiros, etc., são alguns dos fatores que podem estar fazendo com que a criança mude seu comportamento.

Quando a criança, já é vista como “problemática”, começa a gerar tumultos constantes, principalmente no ambiente escolar, os pais entram em desespero e procuram ajuda do professor, este é o primeiro que eles vêem como aliado para ajudá-los; muitos deles, no desejo de resolver o problema, mas sem condição de arrumar tempo, pois os dois trabalham.

A criança às vezes fica aos cuidados da babá, da avó, ou alguém, que muitas ocasiões, mais prejudicam a criança do que ajudam, por causa das reclamações constantes aos pais, trazendo um prejuízo terrível para a criança, causando um sintoma de baixa auto-estima. Outros pais não estão dispostos a perder tempo em tratamentos, pois esta criança terá que passar por vários profissionais por um tempo indeterminado. Um diagnóstico não poderá ser feito por um único profissional, os pais passarão por um período nada fácil e que depois do diagnóstico não acaba, mas inicia-se o “tratamento”.

Necessitamos refletir sobre a relação entre família e escola. Hoje se perde a paciência com a criança muito facilmente, por causa do estresse aliado à falta de tempo e optando por ações de controle egoístas para o próprio bem estar. Para dar um tempo para mim, imponho ás crianças um estilo de vida muitas vezes conturbado, ou cheio de obrigações com pouco tempo para brincar em nome de uma “competitividade” que desajusta seus pensamentos e sentimentos se convertendo na resposta de ações não aceitáveis. Isso mostra muitas vezes a falta de respeito à individualidade da criança.

A Psicopedagogia propicia esta forma mais aprofundada de se trabalhar com o aluno. Ela leva em consideração as necessidades específicas de cada um, privilegiando-se à “escuta" do que está realmente acontecendo naquele momento. Isso porque o sistema simbólico e imaginário do aluno é único, não se devendo lidar com ele a partir de esquemas generalizadores.

O que fazer então?

Qualquer aluno mais agitado já deve ser chamado de hiperativo? Não. Uma criança mais agitada não significa que já há uma pressuposição de uma síndrome. O melhor caminho é sempre buscar um profissional, se a reclamação parte da escola, ela mesmo já indicará um psicopedagogo, e ele encaminhará a criança para a ajuda necessária.
Distúrbios e transtornos

Discalculia
Simaia Sampaio

 A matemática para algumas crianças ainda é um bicho de sete cabeças. Muitos não compreendem os problemas que a professora passa no quadro e ficam muito tempo tentando entender se é para somar, diminuir ou multiplicar; não sabem nem o que o problema está pedindo. Alguns, em particular, não entendem os sinais, muito menos as expressões. Contas? Só nos dedos e olhe lá.
Em muitos casos o problema não está na criança, mas no professor que elabora problemas com enunciados inadequados para a idade cognitiva da criança.
Carraher afirma que:

“Vários estudos sobre o desenvolvimento da criança mostram que termos quantitativos como “mais”, “menos”, maior”, “menor” etc. são adquiridos gradativamente e, de início, são utilizados apenas no sentido absoluto de “o que tem mais”, “o que é maior” e não no sentido relativo de “ ter mais que” ou “ser maior que”. A compreensão dessas expressões como indicando uma relação ou uma comparação entre duas coisas parece depender da aquisição da capacidade de usar da lógica que é adquirida no estágio das operações concretas ...”O problema passa então a ser algo sem sentido e a solução, ao invés de ser procurada através do uso da lógica, torna-se uma questão de adivinhação” (2002, p. 72).
No entanto, em outros casos a dificuldade pode ser realmente da criança e trata-se de um distúrbio e não de preguiça como pensam muitos pais e professores desinformados.
Em geral, a dificuldade em aprender matemática pode ter várias causas.
De acordo com Johnson e Myklebust, terapeutas de crianças com desordens e fracassos em aritmética, existem alguns distúrbios que poderiam interferir nesta aprendizagem:

Distúrbios de memória auditiva:
- A criança não consegue ouvir os enunciados que lhes são passados oralmente, sendo assim, não conseguem guardar os fatos, isto lhe incapacitaria para resolver os problemas matemáticos.
- Problemas de reorganização auditiva: a criança reconhece o número quando ouve, mas tem dificuldade de lembrar-se do número com rapidez.

Distúrbios de leitura:
- Os dislexos e outras crianças com distúrbios de leitura apresentam dificuldade em ler o enunciado do problema, mas podem fazer cálculos quando o problema é lido em voz alta. É bom lembrar que os dislexos podem ser excelentes matemáticos, tendo habilidade de visualização em três dimensões, que as ajudam a assimilar conceitos, podendo resolver cálculos mentalmente mesmo sem decompor o cálculo. Podem apresentar dificuldade na leitura do problema, mas não na interpretação.
- Distúrbios de percepção visual: a criança pode trocar 6 por 9, ou 3 por 8 ou 2 por 5 por exemplo. Por não conseguirem se lembrar da aparência elas têm dificuldade em realizar cálculos.

Distúrbios de escrita:
- Crianças com disgrafia têm dificuldade de escrever letras e números.
Estes problemas dificultam a aprendizagem da matemática, mas a discalculia impede a criança de compreender os processos matemáticos.
A discalculia é um dos transtornos de aprendizagem que causa a dificuldade na matemática. Este transtorno não é causado por deficiência mental, nem por déficits visuais ou auditivos, nem por má escolarização, por isso é importante não confundir a discalculia com os fatores citados acima.
O portador de discalculia comete erros diversos na solução de problemas verbais, nas habilidades de contagem, nas habilidades computacionais, na compreensão dos números.
Kocs (apud García, 1998) classificou a discalculia em seis subtipos, podendo ocorrer em combinações diferentes e com outros transtornos:
- Discalculia Verbal - dificuldade para nomear as quantidades matemáticas, os números, os termos, os símbolos e as relações.
- Discalculia Practognóstica - dificuldade para enumerar, comparar e manipular objetos reais ou em imagens matematicamente.
- Discalculia Léxica - Dificuldades na leitura de símbolos matemáticos.
- Discalculia Gráfica - Dificuldades na escrita de símbolos matemáticos.
- Discalculia Ideognóstica – Dificuldades em fazer operações mentais e na compreensão de conceitos matemáticos.
- Discalculia Operacional - Dificuldades na execução de operações e cálculos numéricos.

Na área da neuropsicologia as áreas afetadas são:

Áreas terciárias do hemisfério esquerdo que dificulta a leitura e compreensão dos problemas verbais, compreensão de conceitos matemáticos;
Lobos frontais dificultando a realização de cálculos mentais rápidos, habilidade de solução de problemas e conceitualização abstrata.
Áreas secundárias occípito-parietais esquerdos dificultando a discriminação visual de símbolos matemáticos escritos.
Lobo temporal esquerdo dificultando memória de séries, realizações matemáticas básicas.

De acordo com Johnson e Myklebust a criança com discalculia é incapaz de:

- Visualizar conjuntos de objetos dentro de um conjunto maior;
- Conservar a quantidade: não compreendem que 1 quilo é igual a quatro pacotes de 250 gramas.
- Sequenciar números: o que vem antes do 11 e depois do 15 – antecessor e sucessor.
- Classificar números.
- Compreender os sinais +, - , ÷, ×.
- Montar operações.
- Entender os princípios de medida.
- Lembrar as seqüência dos passos para realizar as operações matemáticas.
- Estabelecer correspondência um a um: não relaciona o número de alunos de uma sala à quantidade de carteiras.
- Contar através dos cardinais e ordinais.

Os processos cognitivos envolvidos na discalculia são:

1. Dificuldade na memória de trabalho;
2. Dificuldade de memória em tarefas não-verbais;
3. Dificuldade na soletração de não-palavras (tarefas de escrita);
4. Não há problemas fonológicos;
5. Dificuldade na memória de trabalho que implica contagem;
6. Dificuldade nas habilidades visuo-espaciais;
7. Dificuldade nas habilidades psicomotoras e perceptivo-táteis.

De acordo com o DSM-IV, o Transtorno da Matemática caracteriza-se da seguinte forma:
A capacidade matemática para a realização de operações aritméticas, cálculo e raciocínio matemático, encontra-se substancialmente inferior à média esperada para a idade cronológica, capacidade intelectual e nível de escolaridade do indivíduo.
As dificuldades da capacidade matemática apresentadas pelo indivíduo trazem prejuízos significativos em tarefas da vida diária que exigem tal habilidade.
Em caso de presença de algum déficit sensorial, as dificuldades matemáticas excedem aquelas geralmente a este associada.
Diversas habilidades podem estar prejudicadas nesse Transtorno, como as habilidades linguísticas (compreensão e nomeação de termos, operações ou conceitos matemáticos, e transposição de problemas escritos em símbolos matemáticos), perceptuais (reconhecimento de símbolos numéricos ou aritméticos, ou agrupamento de objetos em conjuntos), de atenção (copiar números ou cifras, observar sinais de operação), e matemáticas (dar sequência a etapas matemáticas, contar objetos e aprender tabuadas de multiplicação).
Quais os comprometimentos?

Organização espacial;
Auto-estima;
Orientação temporal;
Memória;
Habilidades sociais;
Habilidades grafomotoras;
Linguagem/leitura;
Impulsividade;
Inconsistência (memorização).

Ajuda do professor:

O aluno deve ter um atendimento individualizado por parte do professor que deve evitar:

Ressaltar as dificuldades do aluno, diferenciando-o dos demais;
Mostrar impaciência com a dificuldade expressada pela criança ou interrompê-la várias vezes ou mesmo tentar adivinhar o que ela quer dizer completando sua fala;
Corrigir o aluno frequentemente diante da turma, para não o expor;
Ignorar a criança em sua dificuldade.

Dicas para o professor:
         Não force o aluno a fazer as lições quando estiver nervoso por não ter conseguido;
         Explique a ele suas dificuldades e diga que está ali para ajudá-lo sempre que precisar;
         Proponha jogos na sala;
         Não corrija as lições com canetas vermelhas ou lápis;
         Procure usar situações concretas, nos problemas.


Ajuda do profissional:

Um psicopedagogo pode ajudar a elevar sua auto-estima valorizando suas atividades, descobrindo qual o seu processo de aprendizagem através de instrumentos que ajudarão em seu entendimento. Os jogos irão ajudar na seriação, classificação, habilidades psicomotoras, habilidades espaciais, contagem.
Recomenda-se pelo menos três sessões semanais.
O uso do computador é bastante útil, por se tratar de um objeto de interesse da criança.
O neurologista irá confirmar, através de exames apropriados, a dificuldade específica e encaminhar para tratamento. Um neuropsicologista também é importante para detectar as áreas do cérebro afetadas. O psicopedagogo, se procurado antes, pode solicitar os exames e avaliação neurológica ou neuropsicológica.

O que ocorre com crianças que não são tratadas precocemente?

Comprometimento do desenvolvimento escolar de forma global
O aluno fica inseguro e com medo de novas situações
Baixa auto-estima devido a críticas e punições de pais e colegas
Ao crescer o adolescente / adulto com discalculia apresenta dificuldade em utilizar a matemática no seu cotidiano.

Qual a diferença? Acalculia e Discalculia.
A discalculia já foi relatada acima.
A acalculia ocorre quando o indivíduo, após sofrer lesão cerebral, como um acidente vascular cerebral ou um traumatismo crânio-encefálico, perde as habilidades matemáticas já adquiridas. A perda ocorre em níveis variados para realização de cálculos matemáticos.

Cuidado!
As crianças, devido a uma série de fatores, tendem a não gostar da matemática, achar chata, difícil. Verifique se não é uma inadaptação ao ensino da escola, ou ao professor que pode estar causando este mal estar. Se sua criança é saudável e está se desenvolvendo normalmente em outras disciplinas não se desespere, mas é importante procurar um psicopedagogo para uma avaliação.
Muitas confundem inclusive maior-menor, mais-menos, igual-diferente, acarretando erros que poderão ser melhorados com a ajuda de um professor mais atento.




Criança Desobediente ou Agitada (Hiperativa)?

As pessoas perguntam o que fazer com alguém agitado (geralmente criança). Elas querem uma resposta objetiva. Anseiam por um remédio em forma de gotas, comprimido, supositório, injeção, para resolver logo o assunto. Querem algo concreto para acabar com o problema.

O "mundo moderno" tem buscado soluções descartáveis, superficiais, sintéticas, feitas em laboratório, seja lá o que for, menos pensar da causa para o efeito. Quando nós, médicos, gastamos longo tempo numa consulta para explicar as causas do sofrimento do paciente e evitamos oferecer uma rápida consulta logo seguida de prescrição de medicamentos, alguns pacientes não gostam disso porque estamos tentando mexer na causa do problema, que pode ser mais complexa do que pensamos. Mexer na causa em geral envolve tocar em coisas difíceis de serem abordadas e mudadas no estilo de vida da pessoa. Estilo de vida envolve o que comemos, bebemos, a forma de falar, os pensamentos que nutrimos na consciência, como expressamos os sentimentos, hábitos de dormir, a prática ou não de exercícios físicos, etc. Mudar o estilo de vida pode não ser fácil. É mais fácil sair da consulta médica com a receita, ir à farmácia, comprar os remédios e ir para casa na ilusão de que eles curarão tudo.

Perguntas importantes a serem feitas quanto ao que fazer ao lidar com criança ou adulto agitado podem ser: O ocorreu nos parentes nas duas últimas gerações dessa pessoa acelerada? A maneira de pensar e agir deles pode ter contribuído geneticamente para a hiperatividade desse indivíduo? Foram (ou são) avô, avó, pai, mãe, pessoas agitadas?

Uma pessoa pode ser agitada no pensar mais do que nos movimentos do corpo. Ou pode ser muito acelerada nos pensamentos, com dificuldade de esperar o outro terminar de falar, atropelando as idéias da outra pessoa, pode estar com um ouvido na conversa e ao mesmo tempo com três pensamentos diferentes correndo pela mente. Ou podem ser aceleradas quanto às atitudes, tendo sempre urgência em ter que fazer algo AGORA, com dificuldade de ficar quieto, não relaxa o corpo, tem que estar usando os músculos numa tarefa.

Uma pessoa impulsiva em sua forma de pensar, ao ler esse artigo, poderá pensar assim: "Puxa! Eu tava crente que esse médico iria dar o nome do remédio para hiperatividade para eu comprá-lo já! Mas ele tá falando coisas que não entendo bem (ou não quero entender), em vez de falar logo o nome do remédio para pessoas agitadas!" Percebe a agitação mental nessa fala? Esta pode ser a mãe ou o pai de uma criança agitada.

Qual a diferença entre dificuldade de prestar a atenção e a hiperatividade? Dificuldade em prestar a atenção inclui: não colocar atenção nos detalhes, parece que não escuta quando falam com ela, falha em terminar tarefas, dificuldade em organizar tarefas, evita tarefas que exijam esforço, esquece de coisas que precisam ser levadas para a escola ou para casa, distrai-se facilmente, é frequentemente uma pessoa esquecida. Dificuldade com a hiperatividade inclui: não conseguir ficar sentado, correr ou trepar em coisas quando não devia fazer isto, não conseguir brincar sossegadamente, falar demais, interromper as pessoas frequentemente, fica irrequieto ou contorce-se quando sentado, dá respostas impensadas.
Um primeiro passo para lidar com crianças agitadas é perceber se e o quanto os cuidadores dela são agitados, na mente, no corpo, ou em ambos. Eles também precisam mudar. Um segundo passo tem que ver com o cérebro. É difícil ou impossível mudar um comportamento ruim tendo o cérebro intoxicado. Estudo na Universidade de Southhampton com 153 crianças de 3 anos de idade e 144 entre 8 e 9 anos de idade mostrou aumento da hiperatividade nas que usavam corantes artificiais junto ou separado com o corante de refrigerantes, benzoato de sódio. Eliminando corantes da dieta da criança, a hiperatividade diminuiu e voltou a aumentar usando-os de novo. Os corantes do estudo: amarelo crepúsculo (E110); amarelo quinolínico (E104); carmoisina (E122); vermelho alura (E129); tartazina (E102) e ponceau 4R (E124). Publicado na revista médica The Lancet, vol.370, issue 9598, pag.1560-1567, 3Nov2007. Dar à criança alimentação natural, vegetariana, permite o cérebro funcionar bem.

O pediatra Dr. Sergio Spalter diz que crianças precisam se sentir seguras, confiantes e acolhidas. Mas, em vários momentos da vida não damos isto para elas, por causa de brigas do casal, nascimento de um irmão, pais superocupados, etc. A criança sente falta do aconchego, não sabe lidar com isto racionalmente, daí tende a manifestar esta falta com agitação, rebeldia ou adoece fisicamente sem causa, etc. Diante deste comportamento, os pais ficam nervosos e estressados ainda mais. Isto causa irritação na criança e aí o ciclo vicioso se completa. 
Faz parte da solução o seguinte:

1)Acolha a criança, reservando um tempo diário, se possível, para ela.
2)Valorize as conquistas que ela fez, mesmo que pequenas demais segundo sua avaliação.
3)Tenha regras claras em casa, para organizar a disciplina. Explique o que pode e o que não pode ser feito. Estabeleça os limites.
4)Não se irrite quando a criança quebrar uma regra, gritando com ela. Não fale 10 vezes que ela errou. Não seja cínico com ela. Aplique a regra, sem ficar nervoso e sem cara fechada.
5)Se ela quebrar de novo a regra, aplique a disciplina previamente combinada.
6)Depois da disciplina, não fique emburrado com a criança. Ao ser multado, por exemplo, por alta velocidade, ninguém fica emburrado com a gente o dia todo. Pagamos a multa e pronto.
7)Elogie muito a criança agitada quando ela fez qualquer coisa certo.
8)Evite encher sua casa com muitos bibelôs, porcelanas, vasos de vidro, pois crianças hiperativas tem dificuldade com coordenação motora.
9)Na sala de aula a criança hiperativa deve sentar-se longe da janela, de preferência na primeira fileira, para diminuir as distrações.